Frase

"(...) Quem vai no chão de fábrica compreende melhor o que está acontecendo. Nada melhor do que conversar, escutar e olhar nos olhos de quem foi diretamente afetado (...)" Romeu Zema Neto, governador do Estado de Minas Gerais, durante o lançamento da Campanha S.O.S. Chuva 2023-2024, a respeito dos atingidos por tragédias consideradas naturais na sociedade capitalista, como chuvas em áreas urbanizadas, rompimentos de barragens de rejeitos minerários e coronavírus

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Gilmar Gusmão, o poeta das frases curtas

Ele sempre, onde chega, começa um assunto com a pergunta. "Mas... sabe o que acontece?". Antônio Gilmar Maia Gusmão ama comer pão sem manteiga com café sem açúcar ou adoçante. Ele detesta tirar foto quando está em seus habituais lanches vegetarianos. Virou vegano aos 25 anos de idade, em 1981, quando trabalhava na Biobrás. Colega de serviço dele na época, o chaveiro Antônio Cordeiro, da ChaveMOC (Rua Dom Pedro II), conta que era horário de almoço na antiga Biobrás (hoje Novo Nordisk).

Todo mundo o chamava de Gilmarzinho. De repente, Gilmar Gusmão pega um garfo e taca na testa do seu colega de trabalho. A partir daí, Gilmar é internado no Prontomente. O poeta silencia profunda e tristemente sobre a questão. Em 2011, administração municipal de Ruy Adriano Borges Muniz e José Vicente de Medeiros, o jornalista Girleno Alencar Soares entrevistou Gilmar na porta da Câmara Municipal de Montes Claros da Avenida João Luiz de Almeida, quando ele jogou duas pedras que se transformaram em cinco para protestar contra o aumento de 15 para 23 vereadores. Gilmar ainda tentou incendiar a Câmara esfregando gravetos entre as mãos. 

"O povo gosta de escrever é minúsculo. Pensa que todo mundo tem óculos pra enxergar?", questiona Gilmar Gusmão ao dizer que quer publicar um livro de poesias com a fonte Arial, tamanho 18. Seu sonho é registrar uma imagem dele segurando a espada do marujo catopê Miguel Sapateiro Pereira no meio de uma mercearia cheia de frutas, verduras e legumes crus, sua alimentação predileta. 

"Poesia minha é frasezinha pequena, entendeu?", define Gilmarzinho que costuma andar sempre de barba grande branca, de bermuda, sandálias e camisas com estampas de movimentos sociais e religiosos. É careca ou calvo. Sua cabeça é uma ilha deserta com cabelos esbranquiçados em volta. Antônio Gilmar Maia Gusmão nasceu em 03 de abril de 1956 na roça. "Toda cidade que eu ia tinha uma igreja católica", reforça. O poeta foi batizado em Aparecida do Mundo Novo por padre Hermano José de Morais Ferreira (padre Dudu) e registrado no Distrito de São Pedro da Garça, município de Montes Claros (MG), na época São João da Lagoa, hoje chamado Simão Campos, "grileiro matador de gente", como gosta de descrever o poeta do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético. 

"Nasci em São Pedro da Garça, mas fui batizado em Aparecida do Mundo Novo", confirma o filho de José da Silva Gusmão e Ovídia Maia Cordeiro, com quase 100 anos. Conforme Gilmar, ela é de 26 de setembro de 1923. O poeta é neto de Afro da Silva Gusmão e Ana Antônia da Fonseca e de Febrônio Paulino Cordeiro e Romana Maia Cordeiro. Foi químico na antiga Biobrás, hoje Novo Nordisk. Saiu da empresa porque todo trabalhador tem medo de acreditar em sua própria versão. Serviu na Biobrás de 20 de dezembro de 1978 a 1984, no ano em que completaria seis anos no empreendimento comercial.

Trabalhou com muito produto químico e ficou internado no Prontomente. "Eu trabalhei nas máquinas mais difíceis da Bioquímica Biobrás", afirma. "Se faltasse um produto para concentrar ficava parado", relembra. "A ativação minha tava 18", diz. "Já fui em muito lugar dormindo acordado", faz memória. Tem proposta para simplificar a Língua Portuguesa. "E se todas as palavras com 'lh' e 'nh' forem substituídas por '#'?", sugere. 

Hoje é poeta e naturalista. Mora à Rua Coração de Jesus, 535, Centro, Montes Claros (MG), CEP 39.400-094 com a mãe, cuidadoras e seu irmão. É de uma família com 10 irmãos. A rua já foi sede da Polícia Federal (que se mudou para a Vila Brasília) e da sucursal do jornal "Hoje em Dia". Gilmar Gusmão foi voluntário da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Montes Claros. 

Na sexta-feira (23/02/2018), jogava dama no computador. Quando fez a última jogada, a da vitória, a luz foi embora. Um apagão tomou conta de boa parte da cidade de Montes Claros/MG. Gilmar Gusmão quer agora ganhar dinheiro com suas poesias, como o grande empresário ganha com a sua empresa e o político com a sua política. Gilmar Gusmão não deseja se aposentar por invalidez. Já foi homenageado pelo Salão Nacional de Poesia Psiu Poético. Vota nulo há muito tempo. 

No dia do seu aniversário, em 2008, ele ganhou um blog (diário virtual): www.gilmargusmao.blogspot.com. Em dezembro de 2012, foi até o Dupere Hotéis (Rua Sílvio Teixeira, 402, São José) insistir para que o seu blog voltasse para a internet. Tinha sido apagado. É frequentador da Biblioteca do Autor Montes-Clarense "Maria das Mercês Paixão Guedes" e de acontecimentos culturais. Não anda de elevador. Sobe e desce escadas. Ofereceu moedas para o economista e, na época, missionário da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e trabalhador do Programa de Desenvolvimento Rural e Urbano (Proderur), Paulo Roberto Faccion, desencantar-se com a vida capitalista.

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Ao centro, Gilmar Gusmão participa do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético de 04 a 12 de outubro de 2017 no Centro Cultural Hermes de Paula em MOC-MG

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Gilmar Gusmão declama poesia em escola estadual durante Salão Nacional de Poesia Psiu Poético

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Característica

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Gesto típico de Antônio Gilmar Maia Gusmão

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Antônio Gilmar Maia Gusmão visita Pastoral do Menor (Rua Januária, 387/Fundos, Centro de MOC-MG)